A tecnologia é prejudicial aos nossos jovens?
- Bruno Luz
- 26 de out. de 2021
- 3 min de leitura

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças de até 18 meses tenham um total de 0 minutos por dia em contato com telas. Tablets, celulares, iPads e televisões, segundo a instituição, não deveriam fazer parte da rotina de bebês.
Você pode até pensar: "Ah, mas a minha criança é mais velha. Não há tanto mal." Pois reflita: sua criança passa mais do que 3 horas por dia em contato com telas? Esse uso é vigiado? Os conteúdos consumidos são relevantes para a educação, formação intelectual e moral?
Aqui na escola, pedimos que alunos de 12 a 15 anos nos contassem suas rotinas. Pasmem: o tempo médio de atividades SEM CONTATO com telas foi de 9 horas por dia. Parece bastante, se você não considerar que, dessas 9 horas, em média, 7 horas são de sono. Não à toa, na mesma pesquisa, perguntamos se nossos alunos tinham ou já tiveram os seguinte sintomas:
- Falta de concentração durante as aulas;
- Dificuldade em qualquer nível para dormir;
- Queda no desempenho escolar nos últimos 2 anos;
- Tristeza, ansiedade ou pânico sem motivo aparente;
85% relataram já ter apresentado dois ou mais sintomas.
A geração que mais sofre com ansiedade, depressão e suicídio, é a mesma que passa cada vez mais tempo conectada. Os dois fatos estão ligados de forma direta, segundo a SBP. Com estímulos cada vez mais fortes para os cérebros de jovens (algumas fontes científicas consideram que a maturação cerebral acontece apenas aos 25 anos!), desde muito cedo, a geração aprendeu que o mundo virtual é o verdadeiramente interessante. As cores e sons dos desenhos, as belas imagens e vídeos editados, as dinâmicas interações com os jogos são o que há de mais legal para eles. Contudo, a vida real não é a mesma que a virtual, e aí chegam as frustrações, o desinteresse pela escola, pela natureza e pelas pessoas.
Note que nem tratamos sobre o conteúdo acessado nas tecnologias - apenas sobre sua forma - e conseguimos traçar uma relação extremamente triste, mas cada vez mais comum, entre ela que é tão admirada e a depressão na vida dos nossos jovens, então imagine quando percebermos que a maioria do conteúdo acessado é de péssima qualidade, que emburrece mais que acrescenta à vida de alguém.
De acordo com levantamento realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, cerca de 20% dos participantes - com idade entre 9 e 17 anos! - relataram contato com conteúdos sensíveis sobre alimentação ou sono; 16% com formas de machucar a si mesmo; 14% com fontes que informam sobre modos de cometer suicídio; 11% com experiências com o uso de drogas. Além disso, cerca de 26% foram tratados de forma ofensiva (discriminação ou cyberbullying); e 16% relataram acesso às imagens ou vídeos de conteúdo sexual. Outros 25% assumiram não conseguir controlar o tempo de uso, mesmo tentando passar menos tempo na internet.
Não à toa, há um consenso científico entre neurocientistas de várias partes do mundo que relata algo histórico: os filhos, pela primeira vez na história da humanidade, têm o QI inferior ao dos pais. Ou seja, há grande possibilidade de estarmos criando nossos filhos para se tornarem apenas fardos sociais e deixá-los sofrer com ação do tempo.
Se você, assim como nós, estiver preocupado com esse cenário, busque-nos e compreenda de que forma construímos o nosso Projeto Pedagógico para lidar com essa questão e tentar trazer um pouco mais de esperança para as famílias que caminham conosco.

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